Vamos explorar a dimensão estratégica da comunicação organizacional, abrangendo a comunicação oral e escrita.
Muitas empresas sofrem com problemas de ruído na comunicação, ambiguidades e até mal-entendidos. Por isso, é importante que a organização possua um plano estratégico de comunicação, que pode ser elaborado por uma equipe de especialistas ou por colaboradores de diversas áreas empresariais.
Pimentel aponta alguns passos fundamentais para a elaboração de um plano estratégico de comunicação organizacional:
- Identificação do público-alvo;
- Mapeamento dos canais de marketing e de comunicação com o público;
- Cálculo dos recursos necessários para a realização das ações do plano;
- Designação dos canais a serem utilizados para a comunicação;
- Estabelecimento de um processo constante de avaliação das ações.
1. Diagnóstico e Definição dos Objetivos
Primeiramente, é necessário que o plano de comunicação esteja alinhado à visão, missão e valores da instituição.
A seguir, deve-se pensar quais são os objetivos propostos, de acordo com a situação da organização:
- Melhorar os resultados de vendas;
- Atingir um público maior e mais diversificado;
- Melhorar a imagem da empresa diante da sociedade civil;
- Aprimorar o fluxo de comunicação interna ou de comunicação mercadológica;
- Outros…
Com isso, o diagnóstico da situação da empresa pode ser realizado por meio da reflexão sobre o ponto em que ela está e onde pretende chegar (objetivos e metas).
Além disso, é necessário analisar se, a partir do estado em que a instituição está, é possível alcançar aquilo que pretende ou se algo precisa ser retirado ou acrescentado na rotina comunicacional da organização.
Com base nesse panorama, é possível traçar as estratégias para compor o plano de comunicação organizacional. Esse tipo de procedimento é comum em empresas de grande porte (como as multinacionais), que se dedicam fortemente ao plano de comunicação interna e externa, a fim de estabelecer o bom relacionamento entre gestores, colaboradores, clientes, parceiros e fornecedores.
Pequenas e médias empresas nem sempre se preocupam em planejar e executar ações de comunicação que fortaleçam os vínculos internos e externos da organização.
Refletir, produzir e colocar em prática um plano estratégico de comunicação é um fator preponderante para o sucesso de uma instituição, seja pública ou privada, de pequeno, médio ou grande porte.
2. Plano de Comunicação Organizacional: o Público, o Canal e os Recursos
Para delimitar o público-alvo das ações de comunicação, é preciso realizar um mapeamento para tentar compreendê-lo:
- Média de idade;
- Renda;
- Escolaridade;
- Gênero;
- Localização;
- Hábitos.
A organização deve procurar atender às expectativas do seu público.
Por outo lado, é importante também analisar a concorrência, a fim de compreender o mercado e incorporar boas práticas que possam melhorar os resultados.
Levando em consideração o perfil do público-alvo, é possível definir os canais de comunicação que podem ser utilizados para atingir os objetivos propostos (televisão, rádio, internet, telefone etc.), de modo que a empresa sempre esteja próxima de seus clientes, que saberão onde buscar informações sobre os serviços ou produtos oferecidos.
Os canais também devem ser pensados na comunicação interna (murais, boletins internos, e-mails, aplicativos de mensagens instantâneas etc.). A manutenção de uma comunicação interna harmoniosa e eficiente (especialmente o dinamismo e agilidade das mensagens instantâneas para a resolução de pequenas questões) motiva e engaja os colaboradores.
Não devem faze parte do plano estratégico ações que não caibam no orçamento da empresa (campanhas publicitárias na televisão, com a participação de grandes estrelas do cinema, por exemplo). Daí a importância de se calcular os recursos necessários para a execução das ações de comunicação. Devem ser selecionadas as que ofereçam melhor relação custo-benefício.
3. As Novas Tecnologias e a Comunicação Organizacional
Para acompanhar as mudanças no modo de vida da sociedade (influenciado pelo uso das tecnologias digitais) e alcançarem com eficiência seu público-alvo, muitas empresas têm investido na comunicação digital (tanto interna quanto externa). Para isso, é necessário que as organizações saibam interagir com seu público online, e não apenas “jogar” conteúdo para os stakeholders.
Com tantas possibilidades de exposição, é preciso se preocupar com a responsabilidade social, o que agrega valor à organização. É importante utilizar as mídias digitais para favorecer a boa imagem da organização, seja com o marketing, seja com o relacionamento com todos os stakeholders.
É preciso também saber resolver conflitos com clientes que utilizam as redes sociais para demonstrar a sua insatisfação com algum produto ou serviço, de forma que isso não afete os negócios futuros, pois qualquer desvio ou gafe pode afetar negativamente a imagem da empresa perante o público.
Uma estratégia interessante para um bom relacionamento com o cliente pelas mídias sociais é não sobrecarregar os conteúdos publicados com anúncios. Pimentel (2017) orienta que menos da metade do conteúdo publicado em redes sociais deve conter anúncios de produtos e serviços da organização.
É importante gerar conteúdos que apresentem informações de qualidade e de interesse do público, estimulando a manutenção de um relacionamento constante e positivo com a instituição.
Por fim, é imprescindível saber utilizar a linguagem adequada a cada uma das plataformas, respeitando suas especificidades (no Instagram predomina o uso de imagens acompanhadas de legendas relativamente curtas, enquanto no Twitter a linguagem é escrita com um número limitado de caracteres).
É preciso estar atendo às tendências da sociedade em que a organização está inserida, a fim de que conquiste, de fato, resultados positivos.