Posted in Digital Art

Espaço: Composição

Distribuição ou organização dos elementos dentro de um determinado espaço (papel, tela etc).

É uma das formas do artista acionar emoções no observador (clareza, suavidade, conflito, harmonia, desconforto e toda uma gama de sensações).

Levamos em consideração: linhas, massas, formas, tons, cores e volumes dentro da composição.

Não significa apenas criar imagens “bonitas”, mas conduzir o olhar do observador pelos elementos da imagem.

A ordem de “leitura” de imagem tende a ser da esquerda para a direita, o que pode ser aproveitado pelo desenhista como forma de guiar o olhar do observador, elencando a ordem de importância dos componentes da imagem.


1. Organização por Quadrantes

Uma das formas mais simples de pensar a composição é a divisão em quadrantes, onde podemos determinar o “peso” visual de cada elemento.

Deslocar os elementos para um dos lados torna a imagem mais dinâmica, pois quebra o equilíbrio (efeito espelhado) dos elementos centralizados.

Elementos separados, desintegrados, passam a ideia de catalogação (apresentação de elementos não relacionados). O observador irá montar a relação entre os elementos.

Ocupar os quadros inferiores dá a ideia de solidez e segurança. Ocupar os quadros superiores causa instabilidade, conflito e os elementos que estão acima ameaçam cair” ou ocupar os quadros inferiores.


2. Regra dos Terços

Composição muito utilizada na fotografia, revela 4 pontos de interesse na imagem.

As regras do mundo das artes foram feitas para serem quebradas. Pense como subverter essas regras de composição, para criar imagens realmente interessantes. Busque o máximo de expressividade no desenho, tornando-o interessante, memorável, que passe a mensagem que você deseja.


3. Intenção

É a emoção que o artista deseja causar no observador. Não existe imagem ingênua. Toda imagem quer dizer algo, serve a algum propósito (tratar de alguma emoção, vender um produto, passar uma mensagem). Hoje, somos bombardeados por imagens que competem por nossa atenção.

Compor é atrair o olhar do observador para determinados pontos do plano, “manipulando” a sua leitura e expressando as mais diversas sensações.

Essa composição, apesar da ilusão de óptica, pode ser considerada monótona. É simétrica, sem movimento. Nada (além dos quadrados-fantasma) acontece na composição. Mesmice, monotonia e repetição podem ser palavras que a descrevam.

Já essas composições tem intenções completamente diferentes. Mudanças de cor, formato, tonalidades, eixo etc. expressam diferentes emoções, e a monotonia vira dinamismo, a mesmice vira movimento.


4. Composição em Relação às Linhas e Formas

A composição considera o sentido das linhas, o movimento que elas sugerem no desenho.

Apesar de invisíveis, indicam a direção do olhar e a dinâmica da imagem, pois é através delas que somos guiados pela composição.

O movimento criado pelo sentido das linhas muitas vezes representam o processo de pensamento do artista que a compôs, o tempo histórico da criação da imagem, o contexto sócio-cultural da época e a maneira como certos grupos entendiam a construção de imagens.

Os renascentistas compunham organizando os elementos em linhas horizontais, passando a sensação de harmonia e equilíbrio, valores resgatados da antiguidade clássica.

Os barrocos, por outro lado, retratavam a dramaticidade em temas fortes, com linhas inclinadas e intenso contraste entre luz e sombras, representando a contrareforma católica.

A arte dos dias atuais contém a abrangência e o hibridismo característicos do nosso tempo.


5. Da Abstração para a Ilustração



6. Composição e Direções do Olhar

Além de expressar emoções, a posição dos elementos na cena também direciona o olhar do observador pela imagem, revelando ou escondendo elementos.


7. O Lugar do Criador e do Observador

O observador sempre está posicionado em algum lugar na imagem. Pode estar mais próximo dos personagens, quando queremos explorar as emoções intensas e o drama da cena. Ou mais distante, quando desejamos exibir as dimensões e a expressividade do cenário. Afastar o observador da cena pode ser subjetivo e complexo, como em imagens que trabalham o conceito de dimensões paralelas. Podemos ainda esconder o observador atrás de colunas, primeiros planos, transformando-o num voyeur da cena, um espião etc.

Na pintura tradicional, o observador ocupa o lugar do pintor, no momento em que o artista pinta o quadro, possuindo a mesma visão do artista frente aos modelos ou à paisagem. Algumas imagens, porém, colocam em xeque esse conceito, subvertendo a ordem e a posição do artista e do observador na cena.

Author:

Actor, Language Consultant, Astrologist and Game Design Student. Sagittarius, 26 y.o. - São Paulo/BR

Leave a comment