Posted in Business

Panorama da Indústria e Mercado de Jogos Analógicos

Apesar do desenvolvimento da tecnologia digital, a indústria de jogos analógicos vem crescendo nos últimos anos.

1. Fatores que Explicam o Crescimento da Indústria de Jogos Analógicos

  1. A sociedade do início do século XXI tem pouco tempo disponível para lazer. Logo, os jogos analógicos se tornam uma boa opção, por ser um passatempo que não consome tanto tempo assim.
  2. Alto fator de replay x custos, se coparado a outras formas de lazer. Os jogos têm um custo alto, mas é possível jogar várias partidas completas em um curto espaço de tempo.
  3. Jogos analógicos promovem socialização e proximidade entre as pessoas. É uma boa opção de entretenimento para famílias e grupos de amigos.
  4. Jogos analógicos desenvolvem habilidades mentais, de foco e concentração.

2. Notáveis Game Designers

  1. Alan R. Moon (Ticket to Ride).
  2. Stefan Feld – cada jogo é diferente (não tem franquias).
  3. Uwe Rosenberg (Agricola) – a mecânica se ramificou em vários jogos.
  4. Klaus Teuber (Settlers of Catan).
  5. Wolfgang Kramer – tem vários jogos, faz parcerias com outros designers.
  6. Vlaada Chvátil (Codename – party game; Through the Ages – jogo mais longo – exceção).
  7. Antoine Bauza e Bruno Cathala – vários jogos (juntos).
  8. Klaus-Jürgen Wrede (Carcassone).
  9. Andreas Seyfarth (Puerto Rico, San Juan).
  10. Reiner Knizia – muitos jogos (bons e ruins) – vários jogos de Leilão.
  11. Mathias Cramer – vários jogos de Vaza, jogos de fazer trajes e jogos mais pesados.
  12. Michael Kiesling e Wolfgang Kramer (Azul) – não têm um tipo definido de jogo.
  13. Vital Lacerda – jogos enfeitados, cheios de regras – tem um nicho específico de jogadores mais experientes (como em seu jogo de reconstruir Portugal).
  14. Bruno Cathala – jogos visualmente lindos.
  15. Andreas Pelikan e Alexander Pfister (I Love Sky) – designers emergentes.
  16. Sérgio Halaban e André Zatz – no começo, fizeram adaptações de jogos internacionais para editoras como Grow e Estrela. Hoje, têm jogos autorais.

3. Programas de Financiamento

  1. Kickstarter
    1. Desde sua fundação, em 2009, o Kickstarter vem, ano a ano, registrando o aumento de projetos bem sucedidos (financiados) de jogos analógicos.
    2. Foram financiados, na categoria “Games”, R$ 495 milhões, entre 2009-2016.
    3. Na categoria “Games“, somente 1/4 dos financiamentos foram destinados a jogos digitais.
    4. De 2015-2016, houve um crescimento de 21% nos financiamentos para jogos analógicos, passando de US$ 250 milhões para US$ 355 milhões.
    5. De 2016-2017, a venda de jogos analógicos nos Estados Unidos apresentou crescimento de 8%.
  2. Catarse
    1. Até a data da pesquisa, o Catarse tem 621 projetos de jogos financiados (analógicos, RPG, acessórios), sendo a quase totalidade dos projetos destinada a jogos analógicos, especificamente.
    2. A ampliação do hobby, que ainda é de nicho, foi reestabelecida no Brasil, há cerca de 5 anos, a indústria também apresentou crescimento: muitas editoras conseguiram ou melhor se estabelecer ou melhor se solidificar no Brasil.

4. Editoras e Suppliers

No Brasil, há mais de 100 editoras especialistas em RPG e jogos de massa, dentre elas:

  1. PaperGames
  2. Galápago Jogos (Asmodee)
  3. Devir Brasil (Carcassonne)
  4. Grow Jogos e Brinquedos
  5. Conclave Editora

Ludeka – peças e acessórios para boardgames.

Ludens Spirit – peças e acessórios para boardgames

5. Perfil dos Jogadores no Brasil

(Censo 2018 feito pela Ludopédia)

  1. Idade:
    1. A maioria dos jogadores é Jovem Adulto, entre 31 e 40 anos (32,25%), que têm um estilo de vida mais estável e maior poder econômico.
    2. Em segundo lugar, vem o público Universitário, de 19 a 25 anos (26,46%), que tem maior tempo disponível, porém menor poder econômico
  2. Escolaridade:
    1. Mais de 75% possui ensino superior completo, pós-graduação ou doutorado.
    2. Estão interessados nos desafios intelectuais, além da interação social, promovida pelos boardgames.
  3. Empregabilidade:
    1. 38% possui emprego com CLT.
    2. Novamente, um estilo de vida mais estável.
  4. Localização:
    1. 59% dos boardgamers estão concentrados na região Sudeste.
    2. Junto com o Sul somam mais de 75% dos boardgamers do país.
    3. Os nichos de maior importância se concentram no eixo São Paulo-Rio de Janeiro e Curitiba.
  5. Filhos:
    1. 71,49% não possuem filhos.
  6. Cultura de Jogos:
    1. 30% possuem mais de 50 jogos, e 40,37% possuem de 1 a 20 títulos.
    2. 62,66% jogam uma vez ou mais por semana.
    3. 53% jogam há mais de 3 anos.
    4. 46% preferem jogos com até 4 jogadores.
    5. 80% prefere jogar em casa ou na casa de amigos.
  7. Tipo de Jogo:
    1. A maioria dos jogadores dá mais importância à mecânica do que à temática nos jogos.
    2. 56% preferem jogos com estratégia.
    3. 40% classificam jogos em Português como muito importante ou indispensável.
  8. Compra:
    1. 64,89% prefere ver análises de jogos em vídeos.
    2. 82% levam em consideração as análises dos canais nas suas decisões.
    3. 67% gasta mais de R$ 100,00/mês em jogos, em média.
    4. Para 57%, a maior preocupação é o preço elevado, devida à quantidade menor de jogos fabricados e os impostos elevados.
    5. 54% não têm preferência entre comprar em lojas especializadas ou direto na editora (não vale a pena, a editora não pode cobrar mais barato que seus distribuidores).
    6. 66% compram jogos apenas no Brasil.
    7. 70% esperam ver o jogo em estoque para comprar.
    8. 66% participam ativamente de leilões.

Author:

Actor, Language Consultant, Astrologist and Game Design Student. Sagittarius, 26 y.o. - São Paulo/BR

Leave a comment